Nova tecnologia de radioterapia pode revolucionar tratamentos contra tumores
O Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), conhecido por abrigar o maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC), acaba de dar mais um passo importante fora do campo da física teórica. Os cientistas da instituição anunciaram a criação de um novo tipo de acelerador voltado para aplicações médicas, especialmente no combate ao câncer.
Em 2014, pesquisadores do CERN já haviam desenvolvido uma técnica promissora chamada Flash-RT, que utiliza feixes de energia extremamente intensos, aplicados em frações de segundo, para destruir tumores sem danificar os tecidos saudáveis ao redor. No entanto, essa abordagem exigia equipamentos muito grandes, potentes e caros, inviáveis para o uso em hospitais convencionais.
Agora, em parceria com a empresa francesa Theryq, o CERN criou um novo acelerador compacto, capaz de produzir feixes de elétrons com até 200 megaelétrons-volts (MeV). Essa energia é suficiente para penetrar até 20 cm no corpo humano — o bastante para atingir tumores profundos com precisão.
A novidade é que o novo aparelho é pequeno e prático o suficiente para ser instalado em ambientes hospitalares, abrindo caminho para a disseminação da técnica Flash-RT em larga escala. Os primeiros testes clínicos estão previstos ainda para este ano, na Universidade de Lausanne, na Suíça.
Essa inovação promete transformar o tratamento oncológico, tornando-o mais eficaz, menos invasivo e com menores efeitos colaterais — uma esperança real para milhões de pacientes ao redor do mundo.