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A incorporação do brentuximabe vedotina no tratamento do linfoma de Hodgkin clássico avançado tem mostrado melhorias nos resultados tanto em pacientes adultos quanto pediátricos. No entanto, esse medicamento aumenta os efeitos colaterais em adultos e exige radioterapia complementar em mais da metade dos pacientes pediátricos. Além disso, a reincidência da doença continua sendo um desafio. O bloqueio do receptor PD-1 (programmed death 1) tem se mostrado eficaz no tratamento desse tipo de linfoma, inclusive em estudos preliminares com pacientes não tratados anteriormente.

Metodologia do Estudo

Foi realizado um ensaio clínico de fase 3, multicêntrico, aberto e randomizado, envolvendo pacientes com 12 anos ou mais diagnosticados com linfoma de Hodgkin em estágio III ou IV. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos:

  • Um grupo recebeu brentuximabe vedotina associado a doxorrubicina, vinblastina e dacarbazina (BV+AVD).
  • O outro grupo recebeu nivolumabe em combinação com doxorrubicina, vinblastina e dacarbazina (N+AVD).

Alguns pacientes selecionados previamente puderam receber radioterapia direcionada para lesões residuais metabolicamente ativas. O desfecho primário avaliado foi a sobrevida livre de progressão, ou seja, o tempo desde a randomização até a primeira observação de progressão da doença ou óbito.

Resultados do Estudo

Dos 994 pacientes randomizados, 970 foram incluídos na análise de eficácia. A segunda análise interina planejada, com um acompanhamento mediano de 12,1 meses, demonstrou que o grupo tratado com N+AVD apresentou uma sobrevida livre de progressão significativamente maior em comparação ao grupo BV+AVD (razão de risco para progressão da doença ou morte: 0,48; intervalo de confiança de 99%: 0,27 a 0,87; P = 0,001).

Para validar esses achados, foi realizada uma análise com um acompanhamento mais longo, com mediana de 2,1 anos (intervalo de 0 a 4,2 anos). Os resultados mostraram que a sobrevida livre de progressão em 2 anos foi de 92% (intervalo de confiança de 95%: 89% a 94%) no grupo N+AVD, contra 83% (intervalo de confiança de 95%: 79% a 86%) no grupo BV+AVD (razão de risco para progressão da doença ou morte: 0,45; intervalo de confiança de 95%: 0,30 a 0,65). Apenas sete pacientes receberam radioterapia.

Além disso, eventos adversos imunomediados foram pouco frequentes no grupo tratado com nivolumabe. Já o brentuximabe vedotina apresentou maior taxa de descontinuação do tratamento devido aos efeitos colaterais.

Conclusão

Os resultados indicam que a combinação N+AVD proporcionou uma sobrevida livre de progressão mais prolongada em comparação com BV+AVD em adolescentes e adultos com linfoma de Hodgkin avançado. Além disso, N+AVD apresentou um perfil de efeitos colaterais mais favorável, tornando-se uma opção promissora para o tratamento dessa doença.

 

Para mais informações, visite ESTRO.

Esta é uma adaptação do conteúdo original publicado pela ESTRO.