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Uma nova pesquisa publicada na Radiology revelou que nódulos pulmonares sólidos estão presentes em uma porção considerável de adultos não-fumantes. Historicamente, os não-fumantes são considerados de baixo risco para nódulos pulmonares e câncer de pulmão. No entanto, o estudo analisou mais de 10.000 adultos não-fumantes e trouxe insights relevantes sobre a prevalência desses nódulos, destacando a importância de revisitar as diretrizes de acompanhamento para essa população.

Nódulos pulmonares são comumente encontrados em tomografias de tórax. Em grupos de alto risco, como fumantes, esses nódulos podem ser sinais iniciais de câncer de pulmão. No entanto, as diretrizes de acompanhamento atuais são baseadas em dados de populações de alto risco, o que pode levar a exames desnecessários em indivíduos de baixo risco, como os não-fumantes.

A Importância do Estudo

A pesquisa, liderada pela Dra. Rozemarijn Vliegenthart, radiologista e professora de imagem cardiotorácica na Universidade de Groningen, Países Baixos, é a primeira a fornecer uma análise abrangente da prevalência e distribuição de tamanho dos nódulos pulmonares sólidos em uma população europeia de não-fumantes. Ao contrário de estudos anteriores focados em populações de alto risco ou em coortes asiáticas, esta pesquisa traz dados fundamentais sobre uma população de baixo risco.

O estudo incluiu 10.431 participantes do estudo ImaLife, com idades acima de 45 anos, sendo que 46,1% nunca haviam fumado e 53,9% eram ex-fumantes. Desses, 56,6% eram mulheres, com uma idade média de 60,4 anos. A pesquisa foi conduzida com o objetivo de estabelecer valores de referência para biomarcadores de imagem em estágios iniciais de doenças, como o câncer de pulmão.

Resultados Surpreendentes

Os resultados mostraram que 42% dos participantes tinham pelo menos um nódulo pulmonar, sendo mais prevalentes em homens (47,5%) do que em mulheres (37,7%). Além disso, a prevalência de nódulos aumentava com a idade, e nódulos clinicamente relevantes, medindo entre 6 e 8 mm, estavam presentes em 11,1% dos participantes. Surpreendentemente, a prevalência de nódulos clínicos foi semelhante à encontrada em populações de alto risco, como os fumantes.

Esses achados sugerem que a incidência de nódulos pulmonares em não-fumantes é maior do que se pensava anteriormente. Com o aumento das tomografias de tórax realizadas por diversas razões clínicas, o número de nódulos detectados incidentalmente pode resultar em mais exames de acompanhamento, com base nas diretrizes atuais.

Implicações Futuras

De acordo com a Dra. Vliegenthart, é crucial continuar o acompanhamento desses pacientes para ajustar as recomendações de manejo de nódulos em populações de baixo risco. Embora a incidência de câncer de pulmão seja muito baixa (0,3%) nessa coorte de não-fumantes, a maioria dos nódulos clinicamente relevantes e acionáveis pode ser benigna.

Essa pesquisa destaca a necessidade de mais dados para otimizar o gerenciamento de nódulos pulmonares em populações de baixo risco e evitar exames desnecessários, oferecendo um cuidado mais eficiente e direcionado.

 

Para mais informações,visite RSNA.

Esta é uma adaptação do conteúdo original publicado pela RSNA.