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A ciência brasileira deu um grande passo com a iniciativa ISIS-Brasil, que visa fortalecer a pesquisa com nêutrons no país. O projeto, resultado da colaboração entre o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e o ISIS Neutron and Muon Source, do Reino Unido, tem o apoio do Science and Technology Facilities Council (STFC), vinculado ao UK Research and Innovation (UKRI). O objetivo é fomentar o desenvolvimento de uma comunidade de pesquisadores de nêutrons no Brasil.

Um memorando de entendimento entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o ISIS está sendo preparado para estender a colaboração além dos três anos inicialmente previstos. Assim como o ISIS, o RMB terá um laboratório de feixes de nêutrons, oferecendo infraestrutura de ponta para cientistas brasileiros.

De acordo com José Augusto Perrotta, coordenador do RMB, a colaboração visa otimizar os investimentos e a troca de conhecimentos entre os países, permitindo que pesquisadores brasileiros usem as instalações do ISIS no Reino Unido e apliquem os aprendizados no Brasil, especialmente quando o RMB entrar em operação.

O STFC, equivalente ao CNPq no Brasil, promove a cooperação científica entre instituições de ensino e pesquisa, com o intuito de proporcionar intercâmbios de conhecimentos e tecnologias avançadas. A expectativa é que o Brasil possa replicar, no futuro, o que foi aprendido no Reino Unido, acelerando sua capacidade de inovação.

Para apoiar a formação de uma comunidade científica sólida, o IPEN/CNEN, em parceria com o ISIS, organizou a “ISIS-Brazil Neutron School”, um curso sobre técnicas de nêutrons, realizado no campus da USP, em São Paulo. Com mais de 60 inscrições para 25 vagas, o curso foi uma oportunidade única para estudantes brasileiros de diversas regiões interagirem com especialistas da área.

Dominique Dias, doutoranda em Química pela UFPE, participou do curso e elogiou a abrangência do conteúdo, destacando a troca de experiências entre os participantes. Além disso, Leide Passos Cavalcanti, física brasileira e cientista no ISIS, desempenhou um papel essencial na aproximação entre Brasil e Reino Unido, atuando como uma ponte entre as instituições.

A parceria entre o RMB e o ISIS representa uma oportunidade estratégica para consolidar a posição do Brasil na pesquisa global com nêutrons, ampliando a formação de novos talentos e integrando-os em redes internacionais.

O Futuro da Pesquisa com Nêutrons no Brasil

O curso também contou com a participação do químico norueguês Gøran Jan Nilsen, que expressou entusiasmo pela diversidade dos alunos e destacou a importância de formar uma nova geração de pesquisadores de nêutrons no Brasil. O objetivo é que esses estudantes se tornem os primeiros usuários do RMB, contribuindo para o desenvolvimento científico do país.

Frederico Genezini, coordenador do curso pelo IPEN/CNEN, reforçou a importância de fomentar uma comunidade de usuários de nêutrons, com o intuito de criar uma massa crítica de cientistas que possam colaborar no desenvolvimento do RMB. A meta é que, após três anos de colaboração, o Brasil tenha uma base sólida de pesquisadores aptos a liderar novos projetos científicos.

Impacto no Cenário Científico Nacional

O RMB, ao lado de parcerias internacionais, posiciona o Brasil como um importante centro de pesquisa com nêutrons, com impactos tanto no curto quanto no longo prazo. O intercâmbio de conhecimentos e o acesso a tecnologias avançadas não só impulsionam a pesquisa no país, como também criam um ambiente propício para a inovação e o desenvolvimento científico.

 

Para mais informações, visite CNEN.

Esta é uma adaptação do conteúdo original publicado pela CNEN.